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Governo muda estratégia e agora fala em deixar para agosto votação da denúncia

Inicialmente, Planalto planejava tentar enterrar na Câmara a acusação da PGR contra Michel Temer antes do recesso parlamentar. Dificuldade em atingir quórum fez governo recuar

Grupo ligado a Temer quer adiar votação (Foto: Da Net)
Preocupado com a necessidade de assegurar a presença de, pelo menos, 342 deputados na Câmara para votar a denúncia contra o presidente Michel Temer, o governo federal mudou a estratégia política e decidiu deixar para agosto – depois do recesso Legislativo que inicia na terça-feira (18) – a votação do relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no plenário principal da Casa, apurou a GloboNews.

Integrante da "tropa de choque" de Temer, o vice-líder do governo, Darcísio Perondi (PMDB-RS), relatou os bastidores do encontro desta quarta-feira (12) entre líderes governistas e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM). Os aliados mais próximos de Temer foram à residência oficial do deputado do DEM para tentar convencê-lo a permitir que a sessão que analisará o parecer da CCJ seja aberta com 257 deputados em plenário.

"Isso não tá fechado [votar na sexta-feira], mas é possível ficar para a agosto". [Se não for votado no plenário na sexta-feira], aí vai ser na primeira semana de agosto", afirmou Perondi em entrevista no plenário da CCJ.

Ainda de acordo com os relatos do vice-líder do governo, Maia negou o pedido do Planalto com a justificativa de que pareceres elaborados pela área jurídica da Câmara e até do Palácio do Planalto indicam que são necessários 342 deputados presentes em plenário para iniciar a votação.

"É pouco provável que votemos amanhã, porque os regimentalistas da Câmara ainda não conseguiram convergir se abre [a votação] com 257 ou 342 [deputados]", ponderou o parlamentar gaúcho.

A colunista do G1 Andréia Sadi apurou que Rodrigo Maia entende que uma votação como esta, de uma denúncia contra o presidente da República, precisa ter quórum alto, de, pelo menos, 342 votos, ou dois terços dos 513 deputados da Câmara.

A estratégia do Planalto de tentar enterrar a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) antes do recesso também ficou comprometida com a tática das bancadas de oposição de liberar que os seus deputados não registrem presença nesta sexta (14) para dificultar ainda mais que o quórum de 342 parlamentares seja alcançado.

Procurado pela colunista Andréia Sadi, Maia disse ao Blog que ainda não foi informado pelo governo da possibilidade de a votação ser adiada para agosto, porém, ressaltou que, se essa for a decisão do Planalto, ele vai pautar a análise da denúncia no plenário da Câmara para o retorno das férias dos deputados.

"Se for a decisão do governo, eu vou pautar a votação para a primeira semana de agosto", destacou Rodrigo Maia.

Do G1
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