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Para aliados, relator na CCJ votará contra Michel Temer

A CCJ é a primeira etapa do processo de aceitação ou rejeição da denúncia pela Câmara

Relator da CCJ (Foto: O Globo)
Aliados do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) apostam que ele apresentará um parecer técnico aceitando a denúncia do Ministério Público contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva. Zveiter é o relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

Confrontado com essa avaliação pelo GLOBO, Zveiter disse que é “especulação” e que ainda não tem juízo formado sobre o assunto. Ele afirmou que vai estudar a peça entregue nesta quarta-feira pela defesa de Temer à CCJ.

— Isso é tudo especulação. As pessoas só vão tomar conhecimento do meu voto quando eu ler — disse o relator.

Aliados de Zveiter minimizam sua proximidade com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo eles, a única pessoa que tem influência sobre o relator é seu irmão, o desembargador Luiz Zveiter, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

— O Zveiter não tem ligação maior com o Rodrigo Maia. Eles se dão, mas o Zveiter só ouve o irmão, o desembargador Luiz Zveiter. É o único que tem alguma influência sobre ele — afirmou um integrante do PMDB do Rio.

Maia seria o principal beneficiário do afastamento de Temer, já que assumiria interinamente e também é considerado favorito em eventual eleição indireta.

Mesmo assim, Maia deu demonstrações de lealdade ao governo. Ele não colocou em andamento, por exemplo, os pedidos de impeachment contra Temer na Câmara. Também não teria passado pelo presidente da Câmara a escolha de Zveiter para relator. A indicação teria sido um troco do presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), no governo por ter sido preterido para o Ministério da Justiça.

Pacheco foi indicado pela bancada do PMDB da Câmara para assumir a pasta, em fevereiro, mas Temer preferiu nomear o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) e abrir assim uma vaga na Câmara para Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que era suplente.

“ME DÊ MOTIVO”

Integrantes do PMDB afirmam que, hoje, Temer teria maioria na Câmara para rejeitar a denúncia, mas que um parecer duro da CCJ daria argumento para quem quer abandonar o governo.

A CCJ é a primeira etapa do processo de aceitação ou rejeição da denúncia pela Câmara. Independentemente do resultado na comissão, a matéria será encaminhada ao plenário. Para que a denúncia seja aceita é preciso o voto favorável de pelo menos 342 deputados (dois terços do total de 513). Se isso acontecer, o Supremo Tribunal Federal instaura a ação penal, Temer se torna réu e tem de se afastar do cargo por até 180 dias. Se a Câmara vetar abertura do processo, a ação fica suspensa até o fim do mandato.

A escolha de Zveiter para a relatoria não agradou ao Palácio do Planalto. Apesar de ser correligionário do presidente, Zveiter não é considerado pró-Temer, e sim um parlamentar independente.

Pessoas próximas a Temer dizem que Rodrigo Pacheco já vinha dando sinais de que não escolheria um aliado próximo do presidente. Apesar da escolha, aliados de Temer ressaltam que Zveiter é juridicamente “muito qualificado” e de perfil técnico. Interlocutores do presidente destacaram que Zveiter é do PMDB, ainda que não seja o relator dos sonhos de Temer.

De O Globo
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