Mais de 35 milhões de brasileiros deixaram de trabalhar hoje em forma de protesto
Paralisação geral atingiu todos as capitais do País. Os protestos estão sendo contra medidas impopulares tomadas pelo presidente Michel Temer
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CUT estima 35 milhões de pessoas sem ir trabalhar (Imagem: Da Net) |
A greve geral convocada para esta sexta-feira (28) teve grande adesão entre os trabalhadores de transportes das principais cidades brasileiras. A paralisação afetou significativamente a mobilidade em João Pessoa, São Paulo, no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e em quase todas as grandes cidades do país.
Não existem números disponíveis sobre o total de trabalhadores em greve, mas lideranças sindicais festejam o sucesso do movimento e não têm dúvidas de que milhões de pessoas deixaram de trabalhar hoje no Brasil. Em diversos estados, estabelecimentos de ensino tomaram a iniciativa de suspender as aulas, em alguns casos sob a justificativa de evitar transtornos.
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, essa é a maior greve trabalhista já realizada no país. Ele comparou a greve ao movimento de 1989, quando 35 milhões de trabalhadores pararam os trabalhos para protestar. “Ainda não há estimativa, mas a central vai ultrapassar esse número”, disse Freitas.
Contra as reformas
O movimento de hoje, contrário à reforma da previdência e à mudança das leis trabalhistas, é convocado pelas centrais sindicais, com apoio da Igreja Católica e da Aliança Evangélica, que é composta – entre outras – pela Igreja Luterana do Brasil e pela Igreja Metodista.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota “convocando os cristãos e as pessoas de boa vontade a se mobilizarem ao redor da atual reforma da previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados”. Em entrevista à Rádio Vaticano, o secretário-geral da entidade, Dom Leonardo Steiner, disse que é “fundamental que se escute a população em suas manifestações coletivas”.
“O Congresso Nacional e o Poder Executivo, infelizmente, têm se mostrado pouco sensível ao que a sociedade tem manifestado em relação às reformas. Os brasileiros e brasileiras desejam o bem do Brasil e para construir uma nação justa e fraterna querem participar das discussões e encaminhamentos”, acrescentou ele.
Violência
Dezenas de categorias profissionais aderiram oficialmente à paralisação. Entre as mais numerosas delas, os professores e trabalhadores de ensino em geral, bancários, vigilantes, servidores públicos, trabalhadores da limpeza urbana e dos correios. As centrais sindicais falharam na tentativa de obter o apoio dos setores aeroviário (trabalho em ar) e aeroportuário (trabalho em terra). Voos e aeroportos funcionam regularmente hoje.
No aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, manifestantes e pessoas contrárias à paralisação entraram em conflito.
Igrejas e as principais centrais sindicais, de um lado, e o governo, do outro, temem que a manifestação de hoje produza cenas de violência pelo país afora. Por isso mesmo, em várias cidades, a orientação das lideranças do movimento foi evitar grandes aglomerações. Mas até as 11h desta sexta-feira os episódios violentos foram poucos e isolados.
ParlamentoPB com Congresso em Foco
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