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Pedrinho, sequestrado em maternidade de Brasília, atua como advogado de Aécio

Pedro Junior Pinto defende o senador afastado em processo ligado a delação da JBS. Mais de 30 anos depois, ele falou ao G1 sobre o contato que mantém com Vilma Martins, condenada pelo sequestro

Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, com os pais (Foto: Sebastião Nogueira/O Popular )
Sequestrado poucas horas após o nascimento, na maternidade do Hospital Santa Lúcia, no Distrito Federal, Pedro Junior Rosalino Braule Pinto é um dos advogados do escritório de Brasília que faz a defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG), investigado na Operação Lava Jato. Pedrinho, como ficou conhecido, reencontrou a família aos 16 anos. Hoje, com 31, é casado e pai de um menino de 5 anos.

Ao G1, o advogado Pedro Pinto conto
u que atua há 13 anos em um dos mais renomados escritórios de advocacia de Brasília, e confirmou que faz a defesa do senador afastado, Aécio Neves. Mas, segundo ele, não está à frente do processo.

Pedro destaca que por ser um homem reservado, os amigos e colegas de trabalho não costumam perguntar sobre a história familiar.

Em novembro de 2002, Pedrinho reencontrou os pais biológicos, Jayro Tapajós e Maria Auxiliadora Braule Pinto, mas continuou morando em Goiânia com as irmãs. Somente um ano depois ele se mudou para Brasília, onde passou a viver com Jayro, Maria Auxiliadora e os irmãos biológicos. Durante esse período, ele se formou em Direito pelo Centro Universitário de Brasília (UniCeub).

Pedro disse que mesmo após a ampla divulgação do caso, ainda mantém contato com Vilma Martins, que está em liberdade condicional. E contou que Vilma já conhece o seu primeiro filho.

Em 2004, o juiz Paulo Eduardo Nori Mortari, da Vara de Registros Públicos de Brasília, atendeu ao pedido de Pedrinho, e cancelou o registro feito em Goiânia por Vilma Martins Costa. O menino, até então registrado como Osvaldo Martins Borges, passou a usar nome escolhido pelos pais biológicos, Pedro Pinto.

Caso Pedrinho

O caso Pedrinho comoveu o país quando ele foi sequestrado, poucas horas depois de nascer, no dia 21 de janeiro de 1986, em uma maternidade privada de Brasília. A imprensa divulgou amplamente o crime. Mesmo com o passar dos anos, os pais biológicos da criança, Jayro Tapajós e Maria Auxiliadora Rosalina Braule Pinto, nunca desistiram de procurar o filho. Mais de uma década depois do sequestro, as fotos do bebê foram publicadas em vários sites de pessoas desaparecidas.

Foram várias pistas falsas. Até que, em 2002, Vilma Martins foi reconhecida como a sequestradora do bebê que ela registrou como filho e deu o nome de Osvaldo Martins Borges Júnior, em Goiânia.

O crime só foi descoberto porque Gabriela Azeredo Borges, neta do marido de Vilma, começou a desconfiar que Osvaldo era o recém-nascido sequestrado em Brasília. Ela viu a foto do menino no site SOS Criança, órgão da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, notou semelhanças e começou a investigar o caso pela internet.

Ao acessar o site Missing Kids, ela encontrou uma foto do pai biológico de Pedrinho e também o achou parecido com Osvaldo. Em outubro de 2002, Gabriela ligou para o SOS Criança de Brasília e a polícia retomou as investigações do caso.

Um exame de DNA comprovou a suspeita de Gabriela e desmentiu a versão que Vilma sustentava, de que a criança havia sido entregue ao marido – já falecido na época das denúncias - por um gari, em Brasília.

Condenação

Vilma Martins foi condenada, em 2003, a 15 anos e nove meses de prisão por subtrair Pedro Rosalino Braule Pinto, o Pedrinho, e Aparecida Fernanda Ribeiro da Silva, retirados de maternidades de Brasília e Goiânia em 1986 e 1979, respectivamente.

Em junho de 2008, ela ganhou o direito de cumprir pena em regime aberto. Em agosto daquele ano, depois de ter cumprido um terço da pena, Vilma obteve a liberdade condicional.

A pena imposta à ex-empresária chegaria até 2019, mas Vilma terminou de cumpri-la sete anos antes do previsto. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), ela foi beneficiada por três comutações de pena consecutivas, em 2009, 2010 e 2011.

Em 2014, a assessoria explicou que a comutação de pena ocorre por decreto presidencial no fim de cada ano. Para consegui-la, Vilma teria atendido critérios objetivos, como tempo mínimo de cumprimento da pena, e subjetivos, como bom comportamento e não reincidir no crime.

Caso Roberta Jamilly

No decorrer das investigações sobre o caso Pedrinho, a polícia descobriu que Vilma também havia sequestrado outra criança, registrada por ela com o nome de Roberta Jamilly Martins Borges.

Usando a saliva que a garota deixou em uma ponta de cigarro quando foi prestar depoimento na delegacia, a Polícia Civil solicitou um exame de DNA, sem o consentimento dela, e confirmou que ela não era filha biológica da ex-empresária. O nome verdadeiro da jovem era Aparecida Fernanda Ribeiro Ribeiro da Silva, retirada ainda recém-nascida da mãe, Francisca Maria Ribeiro da Silva, em uma maternidade de Goiânia.

Na época da descoberta, Roberta Jamilly conheceu a mãe biológica, mas, ao contrário de Pedrinho, preferiu continuar morando com Vilma Martins.

Do G1
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