PM de GBA é agredido no "Juliano Moreira", tem boca cheia de bichos e vai parar no Trauma
Filho do sargento contou que o pai estava internado no Complexo após passar por um surto psiquiátrico e teria sido agredido por funcionários da unidade
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Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira (Foto: Reprodução/Google) |
Familiares do sargento da Polícia Militar, Antonio Marinho Alves, de Guarabira, Região do Agreste da Paraíba, denunciaram que ele foi agredido enquanto estava internado dentro do Complexo Psiquiátrico Juliano Moreira, em João Pessoa. As agressões teriam sido praticadas por funcionários do local entre os dias 14 e 15 deste mês.
Em entrevista à repórter Jaceline Marques, da TV Correio, o filho do sargento, que não quis se identificar, contou que o pai estava internado no Complexo após passar por um surto psiquiátrico. Porém, durante a internação, o genitor teria sido agredido a socos, ficando com hematomas pelo corpo.
O sargento teve de ser internado às pressas no Hospital de Trauma de João Pessoa, pois, além dos hematomas pelo corpo, estava com a boca cheia de bichos.
“Tentamos visitar ele e não conseguimos. No domingo, fomos por espontânea vontade para visitar e o encontramos nessa situação (com hematomas e bichos na boca). Então ele foi espancado da quarta para a quinta. Ele estava com a mão inchada e a boca aberta. Esse ferimento ficou aberto, ninguém cuidou das pancadas e a mosca foi lá. O odontólogo ( que atendeu a vítima) falou que tirou para mais de 100 bichos da boca dele. Foi um absurdo o que aconteceu com o meu pai”, contou o filho do sargento.
Funcionária denúncia agressões
A denúncia da família foi corroborada por uma funcionária do Complexo. Segundo ela, funcionários da unidade chegam para trabalhar bêbados e usam de agressões físicas para lidar com os pacientes.
“Quando você chega lá, chora. A gente só ta lá porque precisa do dinheiro. Tem funcionário que chega lá bêbado dizendo que ‘hoje é na base do cacete, quem manda sou eu’. A gente tem medo e corremos risco. Infelizmente temos que ver, engolir e chorar sem falar nada. Quando eles (família do paciente) chegaram encontraram o paciente todo acabado. Queremos salvar a vida de quem está lá. Eles (funcionários) batem nos pacientes de murro. Já tiveram pacientes que saíram de lá com braços quebrados de tanto eles baterem”, relatou a funcionária.
Diretor nega agressões
Também em entrevista à repórter Jaceline Marques, o diretor do Complexo, Walter Freire, disse estar surpreso com as denúncias e negou que os pacientes estejam sofrendo agressões.
“Foi uma surpresa para mim essas denúncias, que não condizem com a verdade. Um paciente quando está em crise e passa várias noites sem dormir ocorrem mudanças a níveis hormonais e fisiológicos que podem transparecer que o paciente foi maltratado. O paciente chegou aqui com uma inflamação crônica na boca e que toda a equipe descobriu esse comprometimento inflamatório na boca encaminhou o paciente ao Trauminha e ao HU para avaliação”, disse o diretor.
Do Portal Correio com Fato a Fato
Em 20.11.18, às 14h51
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