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Após dois anos da chegada das águas da transposição, CG tem segurança hídrica

Boqueirão  está com 22,8% da capacidade total (94.029.874 m³) e o cenário do estado é outro, segundo a Aesa

Transposição do São Francisco foi feita pelo ex-presidente Lula (Foto: Da Net)
Há dois anos atrás, o açude Epitácio Pessoa em Boqueirão estava com menos de 3% de sua capacidade, e o colapso era iminente. O campinense sofria com a escassez de água e a possibilidade de ter o racionamento ampliado. A chegada das águas do Rio São Francisco, no dia 8 de março de 2017 e as chuvas nas cabeceiras dos Rios Taperoá e Cabaceira, mudaram essa realidade.

Hoje Campina Grande com mais de 400 mil habitantes, tem segurança hídrica, mas não pode abusar e desperdiçar a água.

Passados dois anos desde a chegada das águas do Velho Chico à Paraíba, a transposição devolveu a garantia da segurança hídrica para cerca de um milhão de pessoas que se beneficiaram do projeto, que contempla 35 cidades da Paraíba e de Pernambuco, conforme o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).

Isso porque havia a iminência do colapso de água na região e o poder público não tinha um “plano B” para que a população fosse abastecida de outra forma, a não ser pelas águas da transposição. À época, o segundo maior reservatório da Paraíba, o açude Epitácio Pessoa (Boqueirão), responsável pelo abastecimento de Campina Grande e outras 18 cidades paraibanas, estava em situação crítica, com 3,6% da capacidade total (14,7 milhões de metros cúbicos de água).

Quando as águas da transposição finalmente se encontraram com o espelho d’água do reservatório, no dia 18 de abril de 2017, uma semana após a chegada à bacia hidráulica do açude Epitácio Pessoa, ele estava com 2,9% da capacidade total, o pior volume da história desde a sua fundação, no fim da década de 1950, conforme dados da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (Aesa).

Boqueirão  está com 22,8% da capacidade total (94.029.874 m³) e o cenário do estado é outro, segundo a Aesa e a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa). De acordo com os órgãos, uma das maiores contribuições da transposição ao longo desses dois anos foi retirar as cidades paraibanas do risco de um colapso, devido a crise hídrica que afetou o estado.

O especialista em recursos hídricos Isnaldo Cândido alerta para o uso racional da água como forma de evitar risco de colapsos em tempos de seca.

Atualmente, o bombeamento das águas da transposição está temporariamente suspenso na Paraíba para manutenção, conforme o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR). Ainda segundo a pasta, o Eixo Leste do PISF está em fase de pré-operação e, nesta fase, são verificados o funcionamento dos equipamentos hidromecânicos e das estruturas que conduzem as águas do Velho Chico.

Apesar da suspensão, o MDR assegurou que a variação do volume de água entregue pelo eixo leste do PISF não prejudica o abastecimento da população da Paraíba, atendida pelo sistema desde março de 2017.

A interrupção no abastecimento aconteceu em fevereiro e o MDR não informou quando será retomado.

A Agência Nacional das Águas (ANA) informou que, como o Projeto de Integração do São Francisco (PISF) está em fase de pré-operação, a autarquia federal realiza vistorias sistemáticas em campo nas obras do PISF, com a finalidade verificar o atual estágio de implementação das obras e das características operacionais de condução e uso da água do projeto, que serão objeto de fiscalização da ANA quando o PISF entrar em operação comercial.

O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio do comitê gestor para a crise hídrica, fiscalizam as obras da transposição do rio São Francisco. Também são realizadas reuniões periódicas com representantes do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), da Aesa e da Secretaria de Estado da Infraestrutura, dos Recursos Hídricos e do Meio Ambiente (SEIRHMA), para discutir planos de segurança das barragens, que integram o eixo leste da transposição, como os açudes de Poções e Camalaú.

O MPF também acompanha as providências adotadas em Monteiro para conclusão do saneamento na cidade, como uma das obras complementares ao Projeto de Integração do Rio São Francisco.

Após um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), assinado em junho do ano passado, em meio a um acordo entre representantes do MPF, do MPPB, da Cagepa, da Prefeitura de Monteiro, da Procuradoria-Geral do Estado e da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), para solucionar problemas de esgotamento na cidade que é o berço da transposição no estado, chegou-se a um consenso de que as responsabilidades pelas obras de esgotamento no município ficariam a cargo da Cagepa e da Prefeitura de Monteiro.

A água da transposição do Rio São Francisco chega à cidade de Monteiro, na Paraíba, através do eixo leste. Neste trecho, a água é captada na cidade de Petrolândia, no Sertão de Pernambuco e viaja por 208 quilômetros até chegar a cidade paraibana.

Da Redação
Em 09.03.19, às 15h38
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