'Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?', diz Bolsonaro ao criticar medidas de restrição da pandemia
Estados e prefeituras de todo o Brasil têm restringido atividades em razão da alta de casos e de mortes de pessoas com coronavírus e da falta de leitos de UTI. Presidente falou em respeito aos idosos e pessoas doentes, 'mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?'
![]() |
Presidente Bolsonaro (Foto: Reprodução/G1) |
"Vocês não ficaram em casa. Não se acovardaram. Temos que enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de mimimi. Vão ficar chorando até quando?", disse o presidente.
Em seguida, Bolsonaro destacou a importância do respeito aos idosos e disse que lamenta as mortes, mas completou questionando sobre o futuro do Brasil diante das paralisações das atividades.
"Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doença, comorbidade, mas onde vai parar o Brasil se nós pararmos?", disse.
O presidente defendeu que o desemprego no país não pode ser tratado "depois" e que a pandemia e as dificuldades econômicas enfrentadas pelos brasileiros têm de ser tratadas simultaneamente.
"Se ficarmos em casa o tempo todo e dizermos o tempo todo que 'a economia vamos ver depois', uma parte nós estamos vendo agora o que foi essa política. Qual o futuro do Brasil?", questionou.
Referindo-se aos decretos que restringem funcionamento ao que é "essencial", o presidente defendeu uma definição do que acredita se encaixar nesse grupo:
"Atividade essencial é toda aquela necessária para um chefe de família levar o pão para dentro de casa".
A visita a São Simão foi a primeira que Bolsonaro fez a Goiás em 2021. Nas imagens feitas na cerimônia, ele aparece sem máscara. Ele estava acompanhado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, que também apareceu sem máscara no palco do evento.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), no entanto, recomenda o distanciamento social, o uso de máscaras e a lavagem das mãos como medidas de prevenção contra o novo coronavírus.
Horas antes, o presidente esteve em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde fez críticas a comentários sobre a compra de vacinas contra Covid-19 pelo governo federal. Bolsonaro afirmou:
"Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] 'vai comprar vacina'. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo".
Casos de coronavírus
Com relação à situação do país, a atualização de quarta-feira do levantamento feito pelo consórcio de veículos de imprensa apontou que o Brasil registrou 1.840 mortes em 24 horas por coronavírus – novo recorde da pandemia (veja mais no vídeo acima).
Já em Goiás, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), até esta quinta-feira, mais de 405 mil moradores já foram contaminados pelo coronavírus. O total de mortos pela Covid-19 ultrapassa 8,7 mil.
O governo estadual vem alertando que a segunda onda de Covid-19 está mais forte que a primeira em Goiás, principalmente após a secretaria identificar três variantes do vírus entre a população.
"O estado é de calamidade. O sistema de saúde nunca esteve tão pressionado. Sem dúvida, estamos no momento mais crítico que a saúde vive desde o início da pandemia", destacou o secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino.
Para definir parâmetros e facilitar a avaliação da situação de cada local em relação à pandemia, o governo de Goiás criou três cenários: situação de alerta, situação crítica e de calamidade.
As prefeituras inserem semanalmente dados no sistema da SES, que aponta em qual situação o município se encontra. A partir disso, a pasta determina orientações de como cada cidade deverá agir para evitar o avanço da doença.
O balanço da situação das regiões é divulgado semanalmente pela SES e, na terça-feira (2), 17 regiões se encontravam em situação de calamidade e apenas uma estava na zona crítica. São Simão, onde o presidente esteve, é uma das áreas em situação de calamidade.
A Prefeitura de São Simão havia publicado um decreto em 19 de fevereiro, para começar a valer no dia 24 do mesmo mês, com medidas restritivas para conter o avanço da Covid-19. Entre as determinações, o texto reforçou a proibição de realização de festas, eventos e aglomerações de qualquer tipo.
No entanto, no dia 25 de fevereiro, foi publicado um complemento permitindo "em caráter excepcional a realização de eventos oficiais promovidos pelas Instituições de Governo que tenham por finalidade angariar recursos e investimentos para o município de São Simão, desde que seguidos os protocolos de segurança".
Matéria completa, clique AQUI
Deixe seu comentário