Dirigente do PT é morto a tiros por apoiador de Bolsonaro
Boletim de ocorrência cita que autor dos disparos era policial penal federal e chegou no local gritando "Aqui é Bolsonaro!". Secretário de Segurança Pública fala em 'intolerância política'
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Marcelo era guarda municipal (Foto: Arquivo Pessoal) |
O servidor chegou a ser levado ao Hospital Municipal, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Ele deixa a esposa e quatro filhos.
A Polícia Civil informou que o homem que atirou contra Marcelo Arruda é o policial penal federal Jorge Jose da Rocha Guaranho. Ao ser atingido por Guaranho, Marcelo Arruda, que estava armado, revidou e atingiu o policial.
Até a última atualização desta reportagem, não havia uma informação precisa sobre o estado de saúde de Guaranho. A Polícia Civil chegou a informar que ele morreu, mas, mais tarde, afirmou que não era possível confirmar a morte. O Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, para onde Guaranho foi levado, também não confirma a informação.
Guaranho se identifica em redes sociais como apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). O boletim de ocorrência do caso cita que ele chegou ao local gritando "aqui é Bolsonaro!". Leia detalhes mais abaixo. De acordo com a Polícia Civil, tratou-se uma discussão em uma festa de aniversário e mais detalhes serão divulgados em entrevista coletiva na tarde deste domingo (10). O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios.
Festa de aniversário temática
A festa de aniversário comemorava os 50 anos de Marcelo Arruda e tinha como tema o Partido dos Trabalhadores e o ex-presidente Lula. A comemoração era realizada na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A.
O boletim de ocorrência informa que Guaranho chegou no local de carro e que no veículo estavam também uma mulher e um bebê. Segundo o documento, ele desceu do carro, armado, gritando: "Aqui é Bolsonaro!". De acordo com o boletim, o policial penal não era conhecido de ninguém na festa nem foi convidado.
O documento cita que o policial deixou o local após aparecer pela primeira vez, mas voltou cerca de vinte minutos depois, sozinho e armado. Guaranho atirou duas vezes contra o guarda municipal, que revidou e baleou o policial penal.
Em nota, o PT do Paraná lamentou a morte do tesoureiro e disse que presta assistência à família da vítima e que acompanhará todas as investigações. "Um ataque contra a vida, um ataque contra a liberdade de expressão, um ataque contra a democracia", disse o PT-PR.
O Partido dos Trabalhadores também se manifestou e, em nota, reconheceu neste domingo a atuação de Arruda. Em 2020, o guarda municipal foi candidato a vice-prefeito de Foz do Iguaçu pela sigla.
"Cobramos das autoridades de segurança pública medidas efetivas de prevenção e combate à violência política, e alertamos ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Supremo Tribunal Federal para que coíbam firmemente toda e qualquer situação que alimente um clima de disputa violenta fora dos marcos da democracia e da civilidade. Iniciativas nesse sentido foram devidamente apontadas pelo PT em várias oportunidades, junto ao Congresso Nacional, o Ministério Público e o Poder Judiciário", disse o partido.
Do g1
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