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Cardozo diz ter prova de que marqueteiros mentiram em delação contra Dilma

Ex-ministro da Justiça deu as declarações em entrevista ao Estadão

Dilma e José Eduardo Cardozo (Imagem: Da Net)
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse, em entrevista ao Estadão, que pode provar que os marqueteiros João Santana e Mônica Moura mentiram no acordo de delação premiada com a Lava Jato. Para deixar a prisão e negociar redução de pena, Mônica e Santana disseram, entre outras coisas, que Dilma recebia informações de Cardozo e vazava ao casal através de uma conta de Gmail.

Segundo Cardozo, a história é fantasiosa pois o ministro só foi informado pelo comando da Polícia Federal sobre a prisão dos marqueteiros no dia em que a operação Acarajé foi deflagrada. A prova, de acordo com o ex-ministro, é o registro da ligação de Leandro Daiello, superintendente da PF. "Se procurar, tem uma ligação de Leandro Daiello no meu telefone", disse.

Além disso, "há uma contradição de depoimentos. Isso desacredita a delação”, disse Cardozo.

Na papelada da delação homologada pelo Supremo Tribunal Federal, Mônica não cita nada sobre uma suposta ligação de Dilma Rousseff, na noite de 21 de fevereiro de 2016, véspera da operação Aletheia. Só no video que foi divulgado à imprensa é que Mônica diz que Dilma ligou para o escritório de João Santana na República Dominicana para informar que "foi visto um mandado de segurança" contra o casal.

Já João Santana, que foi quem atendeu a ligação, de acordo com Mônica, não disse nada sobre esse episódio. Ele afirmou que só "deduziu" que seria preso quando leu uma suposta mensagem cifrada escrita por Dilma, em um arquivo de Word apresentado a ele por sua esposa. A mensagem teria sido enviada por Dilma através da pasta de Rascunhos do Gmail e foi deletada em seguida. O teor dava conta de que a Lava Jato chegaria ao casal a qualquer momento.

Essa mensagem, salva em Word em 19 de fevereiro de 2016, foi entregue por Mônica Moura para fundamentar sua delação. O GGN mostrou que esse tipo de arquivo é facilmente manipulável. Um programa gratuito chamado New File Time pode alterar o documento Word em poucos segundos, sem precisar mexer em nada no sistema Windows. É possível trocar a data de criação do texto, a hora, o dia em que foi alterado e o dia em que foi acesso pela última vez.

Além desse arquivo, a defesa de Mônica registrou em cartório a conta de Gmail que ela teria supostamente compartilhado com Dilma, desde 2015, e que teria servido de canal de comunicação. A única mensagem que ficou salva na pasta de Rascunhos foi escrita por Mônica no dia 22 de fevereiro de 2016, quando a empresário soube, "pelas redes sociais", que seria presa na operação Aletheia. Ela então teria deixado uma mensagem cifrada informando que voltaria ao Brasil e não gostaria de ver "nenhum espetáculo".

Além disso, a terceira prova anexada por Mônica Moura em sua delação são mensagens trocadas com a esposa de um ex-assessor presidencial, também na manhã do dia 22, já ciente de que seria presa. No vídeo da delação, Mônica contra outra história. Diz que enviou mensagens a Anderson Dornelles e sua esposa entre os dias 20 e 21, depois de ter recebido a mensagem de Dilma que salvou no Word.

“Em hipótese alguma ela [Dilma] ficou sabendo [da operação Acarajé] antes de eu ter avisado”, afirmou Cardozo ao Estadão.

Ainda de acordo com o ex-ministro, a presidente cassada está indignada com o teor dos depoimentos. “Ela me perguntou: que história é essa? Estava indignada”, relatou.

Em nota à imprensa, Dilma chegou a classificar as delações dos marqueteiros como "patética".

Jornal GGN
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