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Haddad diz que Mourão está ‘no aquecimento’ para assumir presidência

Fernando Haddad foi candidato a presidente pelo Partido dos Trabalhadores

Fernando Haddad (Foto: Da Net)
Fernando Haddad prevê um futuro turbulento para o novo governo, que “tem um jogador do banco de reserva que está no aquecimento antes de começar o jogo”. Quem é o jogador em aquecimento: o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão. Em longa entrevista à jornalistas Maria Cristina Fernandes e Malu Delgado, Haddad afirma que o núcleo político do presidente eleito teve acesso a relatório do Coaf sobre as transações bancárias de Flávio Bolsonaro, “no mais tardar, no dia 15 de outubro”, quando o motorista e a filha dele foram demitidos. O resultado do segundo turno das eleições teria sido muito diferente se a sociedade tivesse sido informada no mesmo momento que o clã Bolsonaro. “Por que [Bolsonaro] teve acesso ao relatório e a sociedade não?”, questiona o candidato do PT à Presidência.

Na entrevista ao Valor Econômico, Haddad diz que o núcleo político do governo Bolsonaro, composto “basicamente pelo Ministério da Justiça e pelos ministros militares” que caminhará pelas vias: “a tutela e a intimidação”. Ao lado do núcleo político, Haddad identifica outros dois relevantes: “um que chamo de fundamentalista, cujo foco são os direitos civis, que une vários ministros de forma coerente” e “o núcleo da economia, que é escancaradamente neoliberal e não está nem aí para direitos civis”.

O ex-prefeito diz que o PSDB tem responsabilidade direta pela situação do país: “Essa agenda dos costumes, em grande parte, foi artificialmente construída por partidos conservadores que decidiram pautar temas que não estavam na agenda. Foi artificialmente introduzida para criar clivagens não postas até 2010. Quem começa isso tudo é o PSDB do [José] Serra, introduzindo a religião na vida política, enorme irresponsabilidade”.

Para ele, haverá uma revisão histórica sobre a legitimidade do processo eleitoral: “Essa eleição vai ser analisada pela história sob vários aspectos. A ausência de Lula é um deles. As investigações sobre o WhatsApp e a maneira como o caixa dois foi utilizado para disparar calúnias contra nossa chapa, é outra. Assim como a ditadura militar foi saudada pelos meios de comunicação como uma coisa benfazeja e 50 anos depois vieram a público se retratar, a história às vezes exige tempo de maturação para que as coisas sejam colocadas no lugar”.

Do Brasil 247
Em 12.12.18, às 15h45
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