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Após descaso, Boqueirão deve receber água da transposição

Ministério de Desenvolvimento Regional suspendeu o bombeamento em trecho da transposição desde o dia 1º, mas não informou sobre prazo de conclusão

Açude de Boqueirão (Foto: Chico Martins/ JORNAL CORREIO)
Uma Paraíba esquecida. Mais que isso, ignorada. Era assim que o estado vinha sendo tratado há cerca de um ano pelo Ministério da Integração no que diz respeito a transposição do Rio São Francisco e a chegada de suas águas no 2º maior açude paraibano, o Epitácio Pessoa, localizado no município de Boqueirão, na região do Cariri. O reservatório abastece Campina Grande e mais 18 cidades, mas teve o bombeamento dessas águas suspenso por duas vezes em menos de um ano, só voltando a funcionar nesta quinta-feira (14).

A primeira suspensão ocorreu em março de 2018 e quando a água começou a correr para o Rio Paraíba novamente, caminho feito para chegar até Boqueirão, não voltou como no princípio. Antes desse primeiro obstáculo, em 2017, a vazão média no trecho em questão era de 9 mil litros de água por segundo. Depois do retorno, passou para menos de 2 mil litros de água por segundo. Em fevereiro deste ano, veio a segunda interrupção e sem nenhuma explicação, só voltando a funcionar após duas semanas com uma vazão de 5 mil litros de água por segundo.

Diante desse cenário, o que se vê por lá ainda é um lugar quase seco e sem perspectiva de melhora. Dados da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa) revelam que até essa quarta-feira (13), Boqueirão estava com apenas 20,70% da capacidade total. Significa que dos 411.686.287 milhões de metros cúbicos possíveis de serem armazenados, o açude possui apenas 85.207.485 milhões de metros cúbicos. A elevação desse nível segue muito lentamente não correspondendo ao que deveria ser.

Ministério dá respostas vagas

O Portal Correio percorreu um ‘longo caminho’ na tentativa de receber uma resposta minimamente elucidativa para o que estava acontecendo com a vazão das águas da transposição, que ainda não socorrem o açude de Boqueirão. A intenção era entender e ao mesmo tempo explicar o porquê dessas suspensões. Mas as respostas do Ministério da Integração, que foi incorporado ao Desenvolvimento Regional com a mudança de governo, foram vagas e totalmente fora do contexto.

Ignorando que o açude de Boqueirão deve e precisa também receber as águas do São Francisco, a assessoria do Ministério de Desenvolvimento Regional se limitou a dizer que a redução na vazão ou até mesmo a suspensão não interferem no abastecimento na Paraíba.

“A variação do volume de água entregue pelo Eixo Leste do Projeto de Integração do Rio São Francisco no Rio Paraíba, em Monteiro, não prejudica o abastecimento da população da Paraíba atendida pelo sistema, desde março de 2017. Neste período, mesmo em fase de pré-operação, o Projeto tem beneficiado quase um milhão de habitantes em 35 cidades,” disse a assessoria de Comunicação do MDR.

O Portal Correio entrou em contato novamente, por e-mail, com o Ministério para saber quando as vistorias e ajustes do MDR no bombeamento seriam concluídos. O objetivo era saber quando as águas da transposição voltariam a ser bombeadas normalmente para o Epitácio Pessoa, sendo que, mais uma vez, a resposta não atendeu ao que foi solicitado. Também foi ignorada a resposta sobre outra pergunta, sendo essa relacionada ao motivo que levou o início dos ajustes no bombeamento.

“Atualmente, o açude de Boqueirão já tem tranquilidade hídrica para assegurar o atendimento das regiões beneficiadas. Portanto, os ajustes e verificações do funcionamento dos equipamentos hidromecânicos, realizados durante a pré-operação do sistema, não impactam no benefício à população”, foi a resposta, embora todos tenham conhecimento de que o nível do reservatório está baixo.

Segundo maior da Paraíba

O maior açude da Paraíba é o Coremas-Mãe D’ Água com capacidade total para 591.646.222 milhões de metros cúbicos de água. Atualmente o reservatório está com apenas 8,43% da sua capacidade.

Do Portal Correio
Em 14.02.19, às 15h49
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