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PGR vai pedir depoimento de Bolsonaro e prolongar inquérito em 30 dias

Manifestação do presidente sobre acusação de interferência na PF deve ser por escrito, uma das prerrogativas do seu cargo

Augusto Aras, da PGR (Foto: Reprodução/Metrópoles)
Procuradoria-Geral da República (PGR) vai concordar com o pedido da Polícia Federal para prorrogar por 30 dias as investigações do inquérito sobre a suposta tentativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de interferir politicamente na corporação. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o procurador-geral da República, Augusto Aras, também vai pedir que Bolsonaro preste depoimento aos investigadores, mas por escrito.

O depoimento por escrito é uma das prerrogativas do cargo de presidente da República, apontam procuradores. O então presidente Michel Temer, por exemplo, encaminhou ao Supremo um papel com resposta aos questionamentos feitos pelos investigadores no âmbito do inquérito dos Portos. Temer acabou denunciado no caso por corrupção e lavagem de dinheiro.

A decisão final sobre a prorrogação do “inquérito Moro x Bolsonaro” será do relator do caso, ministro Celso de Mello. Na última sexta-feira, o decano pediu que a PGR se manifestasse sobre o pedido da Polícia Federal, o que ainda não ocorreu. O ministro se aposenta em novembro deste ano, quando completa 75 anos, abrindo a primeira indicação que Bolsonaro poderá fazer para o tribunal.

Ditadura

Em mensagem reservada enviada a interlocutores no WhatsApp, Celso de Mello comparou o Brasil à Alemanha de Hitler e disse que bolsonaristas “odeiam a democracia” e pretendem instaurar uma “desprezível e abjeta ditadura”. Procurado pela reportagem, o ministro alegou ao Estadão que a manifestação foi “exclusivamente pessoal”, “sem qualquer vinculação formal ao STF”.

O tom usado pelo decano surpreendeu colegas do STF, que apontam que a fala deu munição ao Palácio do Planalto e abriu brecha para o presidente da República apontar até mesmo a suspeição do ministro na condução do caso. Integrantes da Corte chegaram a suspeitar que o comentário fosse “fake news”.

Do Metrópoles
Publicada por F@F em 01.06.2020, às 18h23
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