Queiroga culpa ex-ministro Pazuello por falta de 2ª dose da Coronavac
Dois dias antes de sair do cargo, general Eduardo Pazuello deu ordem para que os estados não estocassem vacinas para a segunda dose. Agora, faltam vacinas e secretarias regionais precisam gerenciar atrasos
Marcelo Queiroga e Eduardo Pazuello (Foto: Tony Winston/MS) |
CONFIRA! Orientação durante a gestão Pazuello causou falta de vacinas para 2ª dose, diz atual ministro
Em fevereiro, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, orientou as prefeituras a usar todo o estoque para garantir a primeira dose sem se preocupar com a segunda dose. Pazuello dizia que “com a liberação para aplicação de imediato de todo o estoque de vacinas guardadas nas secretarias municipais, vamos conseguir dobrar a aplicação".
Dias depois, o Ministério da Saúde voltou atrás e disse que os estados e municípios deveriam reservar a segunda dose da vacina CoronaVac, que tem um intervalo entre doses de 28 dias.
Um mês depois, o Ministério da Saúde autorizou que todas as vacinas armazenadas pelos estados e municípios para garantir a 2ª dose fossem utilizadas imediatamente como 1ª dose.
Para o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o atraso "decorre da aplicação da segunda dose como primeira dose". "Logo que houver entrega da CoronaVac, [o problema] será solucionado", disse ele.
Por que faltam vacinas?
O Ministério da Saúde não seguiu a recomendação dos especialistas, que determina que se deve guardar vacinas com prazo de validade relativamente curto e que exigem duas doses.
Quando o general Eduardo Pazuello era ministro da Saúde, ele orientou as prefeituras a usar todo o estoque para garantir a primeira dose sem se preocupar com a segunda dose. Pazuello dizia que “com a liberação para aplicação de imediato de todo o estoque de vacinas guardadas nas secretarias municipais, vamos conseguir dobrar a aplicação".
Em 21 de março, dois dias antes de Pazuello deixar o cargo, a Secretaria de Vigilância em Saúde, o órgão do Ministério da Saúde responsável pela campanha de vacinação, autorizou o uso imediato, para primeira dose, de todo o estoque de vacinas armazenadas pelos estados para a segunda aplicação.
"O ministério fez isso, mas nós somos dependentes da China para os insumos farmacêuticos ativos (IFAs). O erro do ministério foi ter feito essa orientação sem ter garantia de que a produção estava iniciada. Contar com IFA que nem saiu da China é uma situação complicada", diz a epidemiologista Ethel Maciel.
Ela afirma que, além dessa orientação equivocada, falta coordenação nacional para a vacinação no geral — por exemplo, cada estado decidiu qual a ordem de grupos que tinham mais prioridade.
"As doses deveriam ter sido guardadas porque sabíamos que não tínhamos segurança na previsão de receber vacinas em menos de 28 dias, e a consequência é o atraso", diz a infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp.
Em 26 de abril, o novo ministro, Marcelo Queiroga, foi ao Senado para dizer que a orientação mudou e que, agora, o Ministério pede para que os estados armazenem metade do estoque para usar na segunda dose.
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