Header Ads

Amaranto se desfilia do MDB, elogia Paulino e Maranhão, mas se queixa de Veneziano

Narrativa publicada pelo Blog do Giovanni Meireles

Dihêgo Amaranto e José Maranhão (Foto: Reprodução)
João Pessoa (PB) - "Salve 14/04/2009. O dia era uma terça-feira. O Governador da Paraíba era José Maranhão. Lembro-me daquela tarde, ainda subindo as escadas do Palácio da Redenção.

Fui recebido pelo amigo Idácio Souto, na época assessor do Governador. Fiquei aguardando numa ante-sala, até ser chamado para uma sala de reuniões onde o Governador estava despachando ao lado do advogado Marcelo Weick.

Ao sentar à mesa, o Governador me ofereceu uma bolachinha que estava comendo, e perguntou por umas tias de minha mãe, amigas de infância dele.

Durante a conversa, o Governador perguntou minha idade, e eu disse que tinha 17 anos e que meu sonho era fazer parte do PMDB. Ele sorriu e disse que na minha idade já trabalhava ajudando o pai, e que me aconselhava fazer o curso de Direito, pois era muito esclarecedor para o cidadão brasileiro.

Pediu a Idácio uma ficha de filiação e pediu que eu preenchesse com meus dados. Ao atestar minhas informações naquela ficha, não sabia que estaria assinando os próximos 13 anos da minha vida. Após preencher, entreguei a ele e o mesmo prontamente assinou.

Neste instante uma senhora que não recordo o nome, entrou na sala e disse que haviam pessoas esperando o Governador para uma audiência, em outra sala maior.

Ao se despedir, Zé Maranhão pediu que fizesse parte do PMDB Jovem, que sempre priorizasse meus estudos, e que no ano vindouro me queria na sua campanha para o 4º mandato de Governador da Paraíba.

Em 2010, durante as eleições, ajudei na campanha dele em Cajazeiras, e votei pela primeira vez. A minha chapinha era: Raniery Paulino, Manoel Júnior, Wilson Santiago, Vitalzinho, Zé Maranhão e Dilma.

Após o fim do seu mandato, Maranhão me chamou em sua casa para me convidar para tomar conta das suas redes sociais, naquela época Orkut e Twitter. A partir dali passei a conviver com ele, diariamente, de manhã, de tarde, à noite e as vezes de madrugada (seu horário preferido), aprendendo as práticas da boa política.

Em 2012 fomos para a campanha de Prefeito de João Pessoa, mas não tivemos êxito, e ele me liberou no 2º turno para ajudar na campanha de Cícero Lucena.

Em 2014, até então candidato a Deputado Federal, Zé mudou de postulação com a desistência do nosso candidato a governador, e foi pro sacrifício sendo candidato a Senador.

O Senador da Paraíba. Vencemos as eleições e o PMDB, que tinha a “chapa da morte”, saiu forte daquela eleição, elegendo 3 federais, 5 estaduais, 1 Senador e ainda decidiu a eleição de Ricardo para governador com o apoio no 2º turno.

Em 2016 apoiamos a candidatura de Luciano Cartaxo, indicando Manoel Júnior para vice-prefeito de João Pessoa.

Em Campina apoiamos Veneziano.

Em Itabaiana, Antônio Carlos.

Em Mamanguape, Fabinho Fernandes.

Em Araruna, Lulinha.

Em Guarabira, Fátima Paulino.

Em Belém, Renatinha.

Em Patos, Nabor.

Em Sousa, Andrezão Gadelha.

No Cajá, Neuma de Saulo.

Em Catingueira, Dr Odir.

Em Fagundes, Magna Dantas.

Cláudio Madruga em Gurinhém.

Divaldo Dantas em Itaporanga.

Verissinho em Pombal.

Zezé e Chicão em Santa Luzia.

Eduardo Caxias em São José dos Ramos.

Erivan em Tacima.

Jurandir em Taperoá.

Nêgo em Teixeira.

Marcos Heron em Monte Horebe, e tantos outros.

Em 2018, Maranhão foi chamado pela executiva estadual do partido e aceitou ser candidato a Governador pela derradeira vez. Mesmo sendo 1º lugar nas pesquisas, em todas, diga-se de passagem, o PMDB sofreu seu pior momento, com a saída de quase todos os nossos correligionários, aqueles próprios que o lançaram candidato.

O partido se reduziu apenas aos fiéis. As Famílias Maranhão e Paulino. Ah, e por falar nos Paulino, a história nunca poderá apagar a fidelidade e respeito desta família ao PMDB e à Zé Maranhão.

Amigos de todas as horas e todos os momentos. De sol à chuva, inverno à verão. Verdadeiros peemedebistas, e sempre serão, independente de onde estejam. Privilegiado é o partido que os tenha.

Bem, voltando ao foco, ao perdermos as eleições de 2018, na segunda-feira depois da eleição, o Senador Maranhão estava em seu gabinete, na lagoa, despachando e atendendo. Aquele dia foi intenso. Ficamos das 9h00 da manhã às 20h00. Na terça, ele já estava em Brasília.

Em 2020, o Senador pediu que eu fosse para Campina ajudar a campanha de Tatiana Medeiros, em Campina Grande. Assim o fiz. No finalzinho do 1º turno, excepcionalmente em novembro, por divergências com dois membros da executiva estadual, que estavam na cúpula da candidatura de Nilvan, em João Pessoa, resolvi aceitar o convite de Luciano Cartaxo e fui ser Secretário Executivo de Turismo de João Pessoa.

Tentaram me desmoralizar criando uma fictícia “expulsão” pela minha nomeação, inclusive mandando release pra imprensa usando o nome do Senador, que desmentiu com 24 horas, sendo elegante e dizendo que meu posicionamento era individual e que o partido era grande e por isso poderia ter várias tendências, e relembrou o caso de 2014, quando Manoel Júnior votou com Cássio, mesmo o partido tendo candidato. Finalizou dizendo que no PMDB não se tinha caça às bruxas. Infelizmente, depois dessa eleição perdemos o nosso maior referencial de postura, honradez e respeito.

A executiva nacional do partido desrespeitou o estatuto e a história de democracia, e dissolveu a executiva estadual, eleita por convenção, e não deixou o natural acontecer, que era o Vice-Presidente Roberto Paulino assumir o comando do partido em definitivo.

O partido nacionalmente agora tem um único pré-requisito: broche. Mais forte que a história de fidelidade e trabalho.

Certa vez eu perguntei à Zé Maranhão se ele não ficava decepcionado com as traições, e ele me respondeu: “Meu filho, você conhece a imagem de São Sebastião? A diferença dele pra mim é que eu também tenho flechadas nas costas.”

Bem, chegamos em 2022, e eu nunca imaginei estar escrevendo minha carta de desfiliação do partido que fez, faz e sempre fará parte da minha vida. Foram momentos felizes e desafiadores no meu 15 do coração. Graças a ele fui Secretário municipal por 4 oportunidades. Trabalhei no Governo Federal. No Senado da República. Na Câmara dos Deputados.

Viajei todo o Brasil, e os 223 municípios da Paraíba. Rodei o mapa do país de avião, carro, ônibus, balsa. Fiz grandes e verdadeiros amigos. Fui eleito Delegado da Paraíba à convenção nacional. Fui eleito para a executiva nacional da juventude do partido. Recebi homenagens. Fiz cursos pela FUG. Me tornei mediador. Enfim, foram 13 anos de muitas lutas e conquistas, que a história jamais poderá apagar.

Hoje, anuncio minha desfiliação do MDB, mas serei sempre um soldado de Ulysses Guimarães e nunca deixarei de honrar a história de Zé Maranhão, a verdadeira história, combatendo aqueles que queiram se aproveitar de um legado limpo de mais de 60 anos de vida pública transparente e retilínea.

Agradeço à Deus por tudo o que vivi de bom dentro do meu único partido até hoje. Saio com o coração partido, e uma dor na alma, mas não direi nunca um adeus, e sim um até breve.

“…no meu quinze eu boto fé, o Governador da Paraíba é Zé! É QuinZé.”

Muito obrigado, PMDB!"

Dihêgo Amaranto

Do Blog do Giovanni Meirelles
Publicada por F@F em 15.03.2022
Tecnologia do Blogger.