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Empresário da PB teme crise econômica no Governo Lula III e pode deixar o Brasil

O ex-candidato a vice-governador na chapa de Nilvan Ferreira, Artur Almeida Bolinha (PL), é um dos empresários paraibanos que pode deixar o Brasil a partir de 1.º de janeiro de 2023

Empresário Artur Bolinha (Foto: Reprodução)
João Pessoa (PB) - Guerras e grandes desastres naturais estão entre os principais geradores na história de fluxos de imigração. No caso do Brasil, que não enfrenta nenhuma dessas catástrofes, o motivo é outro. Alguns brasileiros não estão sendo expulsos, mas ameaçam deixar a sua pátria por discordar do sistema eleitoral e do resultado das eleições presidenciais que deram vitória para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e derrota para o atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-candidato a vice-governador na chapa de Nilvan Ferreira, Artur Almeida Bolinha (PL), é um dos empresários paraibanos que pode deixar o Brasil a partir de 1.º de janeiro de 2023. Conhecido como Luciano Hang de Campina Grande, Bolinha concedeu extensa entrevista ao PB Agora onde faltou de sua expectativa em relação ao futuro do Brasil no terceiro governo de Lula. E ele vislumbrou um cenário de crise, volta da inflação e conflitos.

Dono da Rutra, empresa de confecções de Campina Grande, e atual presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e presidente do Treze, Bolinha reconheceu indiretamente a vitória de Lula, mais colocou em dúvida a transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a apuração do voto em algumas urnas. Chegou a defender a recontagem de votos. E disse que as manifestações dos bolsonaristas contra o resultado das eleições, são pacíficas e legítimas. Não considerou atos golpistas.

Pessimista sobre o futuro, o empresário vislumbrou um cenário nebuloso para a economia brasileira e disse que o plano econômico anunciado pelo presidente eleito, pode levar o país à volta da inflação e do desemprego. ,O empresário bolsonarista disse ser “difícil acreditar que um país “não volte a sofrer profunda crise” no governo petista.

Sobre a decisão de deixar o Brasil, Arthur Bolinha argumentou que pode buscar “refúgio” em outro País, visto que segundo ele, os próximos anos serão difíceis. Ele disse que teme perseguição, e a volta da censura por discordar da volta da esquerda ao poder.

Sobre o que vai acontecer com o Brasil a partir de 1 janeiro de 2023, ele disse que enxerga com muita preocupação o que o País passará a viver no futuro governo petista.

“ Em vejo com muita preocupação no aspecto econômico que a matriz econômica que o governo eleito tem anunciado que vai nortear o País, é a forma certa de levar a Brasil a ruína econômica. A receita que está sendo posta é gerar déficit , que por sua vez, gera inflação que é a maior causadora da pobreza na sociedade. O que mais produz pobreza numa sociedade é o processo inflacionário, que leva as pessoas a perder o poder aquisitivo”, afirmou.

O empresário  que também já foi candidato a prefeito de Campina Grande,  disse que também teme a volta da inflação, no novo governo, o que segundo ele, pode gerar desemprego e empurrar o Brasil para uma crise econômica sem precedentes.

“A inflação desestimula o investimento, porque quando o país está produzindo déficit, o risco do País passa a aumentar. O déficit aumentando diante de um cenário de certeza, afugenta investimentos. Essa diminuição dos investimentos leva ao aumento do desemprego e do número de empresas fechadas. Você arquiva um ciclo extremamente nocivo do ponto de vista econômico. Isso é o que está se desenhando” disse.

Paralelo a isso, ele ressaltou que existe outro aspecto tão nocivo quanto a volta da inflação, que segundo aponta o empresário é a passividade e a relativização e até mesmo a tolerância do governo eleito em relação ao crime a violência. Arthur Bolinha deixou claro que discorda com o anúncio da equipe de transição do governo eleito, que Lula pretende revogar decretos de armas de Bolsonaro,

“Haverá um processo de estímulo. Eu temo que haverá um crescimento da violência, com reflexo na sociedade de modo geral. Nós vínhamos com um processo de queda da violência no Brasil. Não é brincadeira você reduzir em mais de 20 mil homicídios em um ano como aconteceu em 2021. A gente poderá ter um crescimento potencial da violência, estimulado pelo que o próprio governo tem falado, de que a necessidade de se relativizar “, disse.

Em relação ao aparelhamento da máquina pública, Arthur Bolinha disse que essa é outra preocupação que preocupa. Isso porque, para ele, o aparelhamento da máquina pública é absolutamente consubstanciado por uma doutrina ideológica que leva o País a muita dificuldade.

Questionado se acredita que o futuro governo poderá pacificar o País, Bolinha deixou claro que essa pacificação é algo difícil de acontecer e que o presidente Lula terá dificuldade para contornar os conflitos existentes no Brasil pós-eleição. Para ele, os dias podem continuar tensos e nervosos.

“A pacificação de um País só aconteceria se o governo estivesse caminhando bem, visto que o capital é muito pragmático. Se o governo está caminhando bem e está produzindo resultados, o capital se rende a esse governo. O problema é que na matriz que está sendo construída reflete o governo de Dilma que levou o Brasil a quebrar, A pacificação de um País se daria por um bom governo. Como na minha leitura não existe perspectiva de um bom governo, a tendência é que haja mais confrontos a esse modelo que está sendo posto “, disse.

Indagado sobre qual seria a receita para o governo pacificar o País, Bolinha disse que isso só aconteceria se o governo petista reconhecesse a política do atual governo de Jair Bolsonaro.

“Primeiramente ele teria que dizer que iria manter a política do governo anterior. Ai eu não tenho dúvida que ele iria dar um grande passo para diminuir essa pressão. Mas ele não sinaliza nesse sentido. Aliás, ele foi eleito dizendo que o outro governo não estava fazendo nada certo” afirmou.

Em relação a essas manifestações dos bolsonaristas contrários ao resultado das urnas, ele as considerou como resultado de um sentimento natural que brotou devido a forma como segundo ele, o processo eleitoral foi conduzido pela Justiça Eleitoral.

“Eu vejo essas manifestações em cima de dois aspectos. Primeiro, elas são legítimas e absolutamente democráticas. Depois, do ponto de vista para fora, você teve um tratamento completamente parcial do Tribunal na busca de eleger um candidato. E quer que me garanta que esse tratamento também não foi para dentro do ponto de vista da apuração. Então, essa dúvida é que tem levado as pessoas às ruas. E as pessoas estão nas ruas em manifestações legítimas. E digo mais. Uma sociedade que não se manifesta em defesa daquilo que ela acredita, ela está fadada a não ir a lugar nenhum” enfatizou.

A exemplo de alguns bolsonaristas e do próprio PL, Bolinha também defende a recontagem dos votos, e disse que faltou transparência na apuração dos votos. Ele chegou a levantar suspeitas sobre a forma como foi realizada a apuração pelo TSE.

“Existem evidências que precisam ser apuradas com maior transparência no que diz respeito ao processo de apuração. Porque o princípio democrático é que o voto seja secreto, mas o voto seja o mais transparente possível. Não pode haver nenhuma obscuridade no processo de apuração. E no Brasil o processo de apuração tem sido obscuro. Existem sinalizações de anomalias que são estatisticamente graves. Eu acho que tem que ter transparência no processo de apuração. As informações que a auditoria solicitar ao Tribunal Superior Eleitoral, devem ser apresentadas”, afirmou.

Diante de todo esse cenário, ele admitiu a possibilidade de deixar o País no próximo ano. E o destino pode ser Portugal ou outro País da Europa.

“Veja só, eu vou analisar o cenário. Especificamente em relação a minha situação eu estou analisando. Hoje nós não temos como ficar à vontade para ir numa rede social dizer o que pensa. A gente está vivendo dias difíceis no Brasil. O risco da censura é grande. As pessoas que têm notoriedade são marcadas e não tem mais coragem de dizer o que pensam “, disse.

Na visão do empresário, “a censura hoje é uma realidade no Brasil”, e persegue principalmente as pessoas de certa notoriedade na política e na economia.

“O fato é que estamos correndo um risco grande de ser preso apenas por externar um pensamento. E viver em um País onde você não pode dizer o que pensa e não tem liberdade para defender aquilo que você acredita, é absolutamente sem sentido você morar em um País deste. Então eu acredito que se esse cenário que se desenha acontecer, as pessoas que têm um melhor poder aquisitivo, muitas poderão sair do Brasil. Elas devem sair do País, não com uma decisão de vontade, mas como as circunstâncias do momento “, disse.

A caminho de sua mudança, Artur Bolinha já anunciou sua saída da presidência da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campina Grande. Após quatro mandatos à frente da CDL, passou a responsabilidade de comandar a entidade de maior representatividade do SPC Brasil na Paraíba para o amigo Eliezio Bezerra. Iremos concluir o nosso mandato no próximo mês de dezembro.

Por Severino Lopes/PB Agora
Publicada por F@F em 26.11.2022
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