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Gari de Pirpirituba formado em História estará no ‘Encontro com Fátima Bernardes’

Deninho se formou em História pela Universidade Estadual da Paraíba, Campus Guarabira

Edenilson Pontes, gari em Pirpirituba (Foto: JPB)
A história do gari Ednilson de Pontes Silva (Deninho) será tema de uma conversa ao vivo, na Rede Globo nacional, no programa Encontro com Fátima Bernardes, na próxima quinta-feira (11).

Deninho é gari na Prefeitura de Pirpirituba e se formou na UEPB no curso de História. Defendeu o Trabalho de Conclusão de Curso com sua farda e escolheu justamente a profissão para objeto de estudo. Ele disse que sentiu a necessidade de abrir uma discussão sobre a invisibilidade de uma profissão que passa despercebida aos olhos da sociedade brasileira.

Deninho defendeu da Universidade a profissão de gari (Foto: Dje Silva/Ednilson Silva/Arquivo pessoal)
Ednilson de Pontes Silva, mais conhecido por Deninho, casado, pai e gari, concursado desde 2011 na Prefeitura Municipal de Pirpirituba. Com sua farda apresentou o Trabalho de Conclusão de Concurso em História pela Universidade Estadual da Paraíba em Guarabira, trabalho que ao final levou um 10 da bancada e trouxe aos presentes lições de vida.

Deninho entrou para a Universidade dois anos após assumir o concurso, como a maioria dos jovens, no início teve vergonha de contar a colegas qual profissão exercia, isso uns dois períodos, mas com o passar do tempo foi sentindo que aquilo não devia o envergonhar, pois fazia de forma honesta e passou a enxergar o valor que cada colega seu de mais idade dava ao trabalho. Assumiu para si o quão era digno o que fazia e decidiu, durante o curso, aprofundar-se e ser uma voz em defesa dos que até hoje parecem invisíveis para a sociedade.

Durante a apresentação do TCC, Deninho defendeu a "invisibilidade" da profissão (Foto: Arquivo Pessoal)
Trabalho, desigualdade social na contemporaneidade: reflexões sobre a invisibilidade dos agentes de limpeza urbana (gari). Com este tema o TCC foi uma inspiração de Deninho, não só pelas descobertas de teorias das pesquisas, mas pela prática vivida no dia a dia, uma oportunidade de expressar a visão de quem vive o que naquele instante estava sendo apresentado a uma plateia que com certeza nunca mais passará sem perceber os até então “invisíveis” sociais.

Professores, alunos, amigos esposa e filha, estas foram as testemunhas da emoção de um jovem que encontrou na História uma forma de contar a sua História e de tantos outros que não querem nada demais, apenas serem vistos como parte da sociedade.

Do Expressopb com Blog do Felipe Silva
Publicada por F@F em 08.07.19, às 22h47
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