Familiares de Fidelix querem controle do PRTB para filiação de Bolsonaro
Hoje, o comando do PRTB é dividido entre Aldineia (esposa) e os filhos
Levi Fidelix morreu em abril (Foto: Divulgação) |
CONFIRA! Familiares de Fidelix, morto no final de abril por Covid, querem o controle do PRTB
No encontro, Lívia, a filha mais velha de Fidelix, cobrou o capitão pela falta de espaço do PRTB no governo. Bolsonaro teria dito que o acordo firmado com a sigla na campanha de 2018 era entregar ao PRTB vários cargos da vice-presidência — algo que não foi cumprido. Afinal, o general Hamilton Mourão é filiado à legenda e entrou na composição da chapa com Bolsonaro por intermédio de Fidelix. O mandatário disse aos filhos ter ficado surpreso ao saber que o partido não foi contemplado com nenhum dos 64 cargos disponíveis na vice-presidência. “A decisão de Mourão de não entregar esses postos ao PRTB sempre incomodou a família”, teria dito Lívia ao presidente.
“Porteira fechada”
Hoje, o comando do PRTB é dividido entre Aldineia e os filhos. Ainda não se sabe em que termos seria fechado o acordo, mas Bolsonaro não abre mão de fazer um negócio de “porteira fechada”. Entre a família ainda não haveria consenso sobre “ceder totalmente às vontades impostas pelo presidente”. Por isso, todos devem voltar a se reunir em breve para “bater martelo”: a família de Fidelix quer saber o que pode ganhar na operação de transferência do controle da máquina partidária ao capitão.
Desde que fundou o PRTB, em 1994, Fidelix disputou 11 eleições e foi derrotado em todas. Em razão do desempenho pífio nas urnas, o PRTB ganhou a pecha de ser “partido de aluguel”. Essas siglas sobrevivem sem apoio popular dentro do sistema eleitoral, e, mesmo assim, têm direito a parte do fundo partidário e tempo de propaganda eleitoral no rádio e na TV. Elas geralmente são usadas para negociar acordos com outros candidatos para ataques terceirizados a adversários. O PRTB não é a única legenda que já escancarou as portas a Bolsonaro. O capitão mantém conversas com o PSC, com o Brasil 35 (antigo PMB, Partido da Mulher Brasileira) e com o Patriota. A chance de o presidente optar por um desses, porém, é remota. O que o clã Bolsonaro queria mesmo era fundar o Aliança pelo Brasil, mas o projeto naufragou. Luís Felipe Belmonte, um dos fundadores da sigla, é investigado no inquérito que apura o financiamento de atos antidemocráticos e é suspeito de enriquecimento ilícito.
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