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MDB lança oficialmente Simone Tebet como pré-candidata a presidente

Anúncio teve participação de dirigentes do PSDB e do União Brasil. Senadora é apresentada em evento como 'mulher, mãe, professora e política'

MDB decidiu lançar pré-candidatura da senadora Simone Tebet para conter pressão de alas internas que apoiam Lula e Bolsonaro (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Rio de Janeiro (RJ) - Com o objetivo de marcar posição nas eleições de 2022, o MDB lançou oficialmente nesta quarta-feira a pré-candidatura à presidência da República da senadora Simone Tebet (MDB-MS). Ela é a única mulher até agora a entrar na disputa e representa mais uma postulante a ocupar espaço na chamada "terceira via", que já tem como pré-candidatos o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (Podemos).

Em seu discurso, Tebet afirmou que se sentia "honrada" e "preparada" para disputar o Palácio do Planalto e fez críticas ao presidente Jair Bolsonaro pela postura "negacionista e omissa" na gestão da pandemia e pela "política ambiental desastrosa e leniente com o crime". Ligada à bancada do agronegócio, a senadora também anunciou como prioridade de seu programa eleitoral o combate à fome e alfinetou os pré-candidatos considerados "aventureiros" na política.

- Não bastam boas palavras e boa vontade, o que é preciso é um grande movimento (...). O Brasil não pode mais estar a mercê de outsiders políticos. É preciso experiência em gestão -  afirmou a senadora.

O anúncio, feito em um hotel em Brasília, contou com a presença do presidente do PSDB, Bruno Araújo, e do presidente do União Brasil, Luciano Bivar. Os dois têm se articulado para construir uma candidatura única como alternativa ao presidente Jair Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Por outro lado, foi notada a ausência de caciques do partido, como os senadores Renan Calheiros (AL), Eduardo Gomes (TO) e Fernando Bezerra Coelho (PE), que internamente não concordam com a decisão do MDB de lançar uma candidatura própria para o ano que vem.

Além do presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, que homologou a candidatura de Tebet, compareceram ao evento os governadores Helder Barbalho (Pará) e Ibaneis Rocha (DF), e os prefeitos Ricardo Nunes (São Paulo) e Sebastião Melo (Porto Alegre).

O ex-presidente Michel Temer enviou um vídeo de congratulação a Tebet, dizendo que o país precisa de "pacificação e harmonia". - Para a divisão, vários candidatos já se lançaram - disse ele.

Para se diferenciar dos outros presidenciáveis, o MDB procurou ressaltar a trajetória política da senadora, que já foi líder do partido e presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, além de ter sido vice-governadora do Mato Grosso do Sul, deputada estadual e prefeita de Três Lagoas. Com o slogan "Uma nova esperança para o Brasil", ela foi apresentada no vídeo promocional como "mulher, mãe, professora e política".

Para os dirigentes de outros partidos, como PSDB e Podemos, Tebet é vista como uma "vice ideal" para compor a chapa presidencial de Doria ou Moro, em 2022. Ela também enfrenta resistências de alas do MDB da região Nordeste que avaliam como opção mais viável uma aliança em torno do ex-presidente Lula.

Sobre a desconfiança no mundo político e dentro do próprio MDB de que a sua candidatura irá até o final, Tebet respondeu que não tem "plano B" e que tem a "mesma chance" que os outros pré-candidatos.

- Nós não queremos nesse momento de largada a unanimidade. Nós queremos lá na frente a unidade. (...). As candidaturas que representam o futuro não podem ter a preocupação de ter um nome e sobrenome no rosto. Somos todos pré-candidatos da democracia brasileira - afirmou ela.

A senadora ganhou protagonismo por seus discursos críticos ao governo Bolsonaro na CPI da Covid e durante a disputa pelo comando do Senado, ocorrida no início do ano. Na ocasião, Tebet saiu derrotada para Rodrigo Pacheco, que contou com o apoio de parte da bancada do MDB.

A direção do partido já colocou como data-limite até abril de 2022 para a pré-candidatura dela emplacar e alcançar pelo menos 10% das intenções de voto - na maioria das pesquisas eleitorais feitas até agora, ela aparece com 2%. Reservadamente, líderes MDB aliados da senadora não descartam a composição com outros pré-candidatos da terceira via. 

A pré-candidatura de Tebet faz parte de uma tentativa de "renovação política" do MDB, que mudou de nome em 2017 e escolheu duas vezes como presidente o deputado Baleia Rossi - o político mais novo até agora a ocupar esse posto. No evento, a parlamentar fez questão de enfatizar que têm o apoio dos núcleos emedebistas mais ligados ao movimento negro, LGBTQIA+ e sindical da sigla em detrimento da Executiva Nacional.

No último pleito presidencial, o então presidente Michel Temer não quis tentar a reeleição devido aos altos índices de rejeição. No seu lugar, disputou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que amargou a sétima colocação na disputa, com apenas 1,2% dos votos.

De O Globo
Publicada por F@F em 08.12.2021
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